MP abre inquérito para investigar esquema de corrupção em Franco da Rocha

A Promotoria de Justiça de Franco da Rocha instaurou, no último dia 22, inquérito civil para investigar um suposto sistema de corrupção na Prefeitura e na Câmara da cidade, envolvendo o pagamento de propinas para o favorecimento de empresas. O inquérito civil é resultado de uma operação realizada dia 9 de julho nas sedes do Executivo e do Legislativo locais pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Núcleo São Paulo -e promotores de Justiça de Franco da Rocha.
          Na operação, diversos mandados judiciais foram cumpridos e os promotores apreenderam, no gabinete do secretário municipal de Assuntos Jurídicos, Marco Antônio Donário, R$ 56 mil em dinheiro e cheques de empresas que mantêm contatos com a Prefeitura, guardados na pasta de mão do secretário (R$ 30,5 mil) e nas gavetas da mesa dele (R$ 25,4 mil). Com o secretário também estava uma lista com os nomes de vários vereadores e do vice-prefeito José Antonio Parzi Junior, e valores anotados na frente de cada nome, além de uma lista de despesas e receitas com os nomes de várias empresas, muitas das quais mantêm contratos com a Prefeitura.
          No gabinete do secretário municipal de Governo, Marcelo Tenaglia da Silva, foram encontrados R$ 10,4 mil em dinheiro, guardados em um cofre, além de documentos que indicam o recebimento de valores de empresas e pagamentos a vereadores e outras pessoas.
          De acordo com o promotor de Justiça Daniel Serra Azul Guimarães, também foram encontrados documentos que reforçam a suspeita de direcionamento de parte do dinheiro supostamente desviado pelo sistema de corrupção para a aquisição de imóveis.
          No inquérito civil aparecerem 20 pessoas, entre elas vereadores e secretários municipais, oito empresas e um partido político. Todo o material apreendido na operação, incluindo CPUs de computadores e notebooks, está sendo analisado por peritos do Ministério Público. Além disso, o promotor requisitou à Prefeitura cópias de todos os contratos, procedimentos licitatórios, procedimentos de dispensa de inexigibilidade de licitação e os demais documentos referentes à contratação de nove empresas.
          Os secretários Marco Antônio Donário e Marcelo Tenaglia da Silva já foram afastados de seus cargos pelo prefeito Márcio Cecchettini, mas o promotor Daniel Serra Azul Guimarães emitiu, na terça-feira (28), Recomendação ao prefeito para que, no prazo de 10 dias, ele afaste também os secretários municipais Marco Antonio Vaz de Góes e Pompilho Gonçalves, além dos diretores Marco Antonio Pauletto de Freitas e Mário Francisco Fagá, que aparecem nas listas de supostos pagamentos de propinas encontradas durante a operação na sede da Prefeitura. A Recomendação abrange, ainda, o afastamento de Pompilho Gonçalves da presidência da Comissão de Sindicância aberta pelo prefeito, assim como o afastamento da funcionária Glauce Kelly Ribeiro, cujo nome também aparece na lista dos supostos beneficiados pelo esquema.